sábado, 15 de janeiro de 2011

Vou fazer um chá com os meus sonhos. Aceitas uma xícara?

Quando eu era criança pensava cada coisa absurda... Mas hoje entendo que não fazia nada além de exercitar a criatividade. É o que a gente faz quando não sabe. Imagina. Ou busca o conhecimento.
Às vezes eu ficava até tarde da noite imaginando lugares, brincando, devaneando.

Dê o play e continue a ler em seguida, ok?
Eu adoraria saber como se criam os sonhos. Calma, é mais complicado do que o que você começou a pensar. Não estou falando de você querer repetir ao longo da vida as coisas com as quais mais se identifica (coisas que se mostram na forma de carreira, por exemplo). Me refiro aos INGREDIENTES que fizeram o corpo de Mick Jagger emanar a música, a alma de Marilyn Monroe ser íntima dos olhos, as notas de Andante se tornarem o ar de Mozart, o rádio ser o veneno de Marie Curie. Essas pessoas não viveram dias: elas VIVERAM SONHOS, momentos eternos nelas que deram sentido ao pôr do Sol.

A música mudou, hein... E é por isso que eu quero, pelo menos por agora, ferver os sonhos em uma chaleira e serví-los no fim da tarde. Eu sei que vai estar agradável para conversarmos e certamente os pássaros nos deixarão a fim de uma sinceridade mais alta que qualquer mentira, mais simples que qualquer plano A e mais efetiva que decisões.

Eu acho que sonhos devem ser secretos até o momento em que estiverem maduros. Não devem ser prematuramente expostos ao olhar da sociedade, pois esta comumente mantém foices atrás de seus corpos cansados de sustentar suas máscaras sorridentes. Preze pela sua cabeça. Primeiro, solidifique todas as certezas que te motivam a acordar de manhã, que te fazem ir ao trabalho, que te fazem brigar, rezar, bater, gritar. Depois, agradeça-se por ter conseguido ou por ter, pelo menos, tentado.

O chá está quase pronto. Vamos pra sala?

As xícaras de Clarice Cliff. Imagem retirada daqui.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Passeio com a Lua - Dia 4

Eu preciso concluir as coisas que eu começo. Pelo menos as coisas boas.
Não concluir algo soa, sei lá, como um ato irresponsável. E é disso que estou tentando fugir. Por isso vou terminar de postar as ideias que eu guardei durante a minha viagem ao Rio Grande do Sul, em novembro de 2010.

Não lembro como foi aquele dia, mas lembro de como foi a sua noite.
Decidi dar um passeio. Lembro que estava um pouco frio e a lua estava crescente.
Peguei meu mp3 e fui caminhar.

A lua daquela sexta-feira estava bem parecida
com essa da foto (copiada daqui.)
Interessante... a lua é sempre a mesma mas
nem sempre está igual.
O bom de se estar sozinho é que pode-se pensar o quanto quiser, sem interrupções (a não ser que esteja muito exaltado, seja por um bom ou mal motivo), e colocar alguns pingos nos 'i'. Só que tem vezes que, à medida que a gente pensa, parece que os pingos estão acabando, mas ainda há muitos 'i'. Sabe?

E eu me identifiquei com aquela noite. Com um leve vento, profunda, silenciosa.